Este ano, mais uma vez, passei uns dias de descanso em terras algarvias, sempre na esperança do tão desejado El Dorado estival…puro engano!
Nos anos anteriores a água quente prometida não passava disso mesmo, duma promessa política, mas apesar disso, o tempo era quentinho. Este ano a água esteve um bocadinho mais perto de poder ser utilizada numa canja, apesar de haver sempre aqueles esquisitos para quem a água do mar só será quente quando for como a de casa (a quente, obviamente). Porém, o tempo, este ano, como explicar…pela primeira vez os algarvios tiveram contacto com algo que nunca tinham visto…os cataventos! Era vê-los, tipo índios admirados com as modernidades dos descobridores! Ao menos os nortenhos sentiram-se em casa!
Depois ouvia pessoas ainda dizer na praia “está a chover!” Epá, eu não acredito, a sério! Chuva no Algarve em Agosto? Eu aposto que era dos aviões que não paravam de sobrevoar a área, sendo alguém que descarregava o autoclismo e pronto.
Uma das coisas que me arranhou os ouvidos foi o constante francês falado por portugueses. Por momentos pensei que nos tivéssemos enganado e fôramos parar a Nice! E ainda não percebi…os pais falam em português e os filhos respondem em francês? Que mixórdia! Outra coisa que me arranhou os ouvidos foi ouvir muita gente a dizer “Mete-me creme”…mas meter a onde? (faço um desenho?)
As pessoas, em tempo de crise, devem andar com fobia da solidão! Este ano até havia espaço na praia, mas não é que as pessoas insistiam que os guarda-sóis e as toalhas deviam de estar bem juntinhos ao dos vizinhos?
Na viagem de regresso a casa, um desvio forçado por Almeirim, terra em que pude constatar que as pessoas não têm vergonha de exibir o seu par de cornos na rua! Cornos, no sentido literal, entenda-se! Nos entretantos da viagem, (pseudo) notícia do dia, a mãe do Zezé Camarinha sofre de Alzheimer. Lamentando o estado da senhora, devo dizer que deve ser o primeiro caso em que o filho apresenta sintomas antes dos pais. O homem há muito que não se lembra das garinas com quem se deitou!
Bem, foram assim as minhas férias! Boas e poucas como se pretende!
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